Festival "Percursos" 2004 - Os "Macacos das Ruas de Evora" tocam "Squeezebox" de Artur Fernandes (eu toquei a parte de acordeão!)
Este evento levou-me a reflectir sobre o papel da improvisação no ensino do instrumento
nos conservatórios. Quando aqueles músicos me pediram para fazer um pequeno solo confesso que não consegui libertar-me do "texto".
Que espaço guardam os nossos professores nas aulas para esta práctica?
1 comentário:
Creio que não estarei longe se responder que nenhum ou quase nenhum espaço. O ensino nos Conservatórios e Academias é muito centrado no texto e até há quem considere uma heresia quando o aluno numa passagem que não domina bem acaba por a "resolver" melhor do que o texto original. ;-)
É muito difícil pedir a quem nunca teve essa prática, que a estimule nos seus alunos. Consequência directa: a centralidade no texto tende a perpectuar-se, diabolizando o erro; como o erro é parte essencial da improvisação e como cultivamos o medo de errar muito dificilmente nos libertamos desta tutela.
Por outro lado, na literatura musical contemporânea, há imensas obras que introduzem o aleatório e a improvisação como recursos. Por aí, seria muito bom que se trabalhassem mais peças da segunda metade do séc. XX e do XXI, pois seria uma forma de "validar" estas práticas. É um campo de oportunidades...
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