sexta-feira, junho 10, 2005

do repertório

Quando comecei a estudar acordeão a escola de referência era o Instituto Vitorino Matono. Desde o final da década de 50 até ao início da década de 80 os seus alunos encontravam-se entre os melhores acordeonistas da Europa.
Durante muitos anos o Prof. Matono procurou dignificar o instrumento dando a conhecer o repertório original de compositores como Zolotarev, Semionov, Chaikin e outros. As tendências mais vanguardistas ou experimentalistas não o atraiam, preferindo um repertório que não se afastasse muito do tonalismo. Podemos aperceber-nos disso nas suas próprias composições.
A musica "tradicional" portuguesa é a sua fonte de inspiração principal. Também aparece na suas obras uma certa ideia de "exótico" (Fantasia Cigana, Capricho Eslavo). A Java e a Musette,o Fox Trot e o Tango, enfim, os ritmos de dança estão sempre presentes. Vitorino Matono cresceu com essa música e "apesar" da sua formação académica (estudou Composição com Croner de Vasconcelos e Piano no Conservatório de Lisboa) nunca abandonou essas raízes.
Curiosamente, poucos ou quase nenhum compositor português, até há pouco tempo atrás, se interessou pelas potencialidades do instrumento. Seria interessante fazer um estudo sobre a composição para acordeão em Portugal. Além do manancial de peças produzidas pelo Prof. Matono ( não sei se existe uma lista actualizada...) que compositores portugueses escreveram obras para o instrumento ou o incluiram em obras de câmara?


Posso referir, para começar, algumas compositores que dedicaram alguma atenção ao instrumento:
Recentemente, o compositor Carlos Marecos escreveu uma peça, O Medo do Ritmo, para o Concurso Mundial de Acordeão que se realizará em Castelo Branco no mês de Outubro.
Encontrei, no blog de Sérgio Azevedo, uma obra de sua autoria com acordeão.
Amílcar Vasques Dias escreveu para 10 (?) acordeões, na Holanda.
Sei que Jorge Peixinho tinha algum interesse pelo acordeão. Falei uma vez com ele na época em que fui seu aluno de A.T.C na Academia de Música Eborense sobre as possibilidades e limitações do instrumento.
Paulo Jorge Ferreira, professor na Escola Superior de Artes Aplicadas e no Conservatório Regional de Castelo Branco, também tem escrito para acordeão.

1 comentário:

concertinartur disse...

Olá,
O Jorge Salgueiro também tem obras com acordeão.