O acordeão fascinou-me desde o primeiro dia que contactei com o instrumento. Comecei por descobrir que o repertório não se limitava aos estafados corridinhos algarvios e fandangos ribatejanos.
Conheci o Prof. Vitorino Matono e, na sua escola, excelentes músicos como Arlinda Morais, Maria João Cunha, José António, Aníbal Freire, Paulo Jorge Ferreira, Pedro Santos.
Entrei no universo do acordeão pelo mão da escola italiana. Descobri a música de Fancelli, Beltrami, Volpi, Ferrari-Trecate e Fugazza. Com estes compositores comecei a interessar-me por outras linguagens. Abria-se um novo universo musical à minha frente de ritmos, timbres e harmonias fascinantes.
Foi em Itália que participei pela primeira vez num concurso internacional e ouvi grandes concertistas. Pela primeira vez ouvia um quarteto de acordeão tocar música contemporânea. Confesso que o primeiro impacto foi um choque...
Tudo isto se passa no espaço de 5 anos! Entre os 13 e os 18 anos eu percorrera um caminho que os meus colegas de Lisboa fizeram em 10 anos... Foi tudo tão vertiginoso que nunca cheguei a consolidar alguns aspectos técnicos e artísticos do instrumento e, por essa razão, o meu percurso depois dos 18 anos se tornou muito irregular.
Para falar com franqueza, nunca acreditei, seriamente, na possibilidade de me tornar concertista, de me dedicar exclusivamente ao acordeão. Ouvi muitas reprimendas por ter escolhido outra via (licenciatura em Ciências Musicais). Contudo nunca abandonei o instrumento e continuo, de forma esporádica, intermitente, a tocar em duo ou como solista.´
Depois da história do meu percurso acidentado que pouco interesse terá para os leitores deste blog) gostaria de deixar alguns dados sobre o ensino do instrumento na época em que eu comecei a estudar, no próximo post.
terça-feira, junho 07, 2005
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