O tema é um pouco recorrente por aqui mas é sempre agradável falar dele.
Refiro-me à amizade que, ao contrário do possa parecer, tem tudo a ver com este "objecto estranho" (obrigado, r.)
Recentemente, o Armindo descobriu este blog. Graças a este espaço tenho reencontrado "velhos" conhecidos que se dedicaram ao estudo do acordeão e o fizeram (ou ainda fazem) com grande competência e rigor.
(O Armindo é um daqueles instrumentistas raros com um talento "bigger than life" mas que deixou de tocar, como outros que já referi aqui).
Num comentário deixou uma sugestão interessante: divulgar a vida e obra de Vitorino Matono.
Concordo contigo, Armindo... É preciso dar a conhecer o extraordinário trabalho do nosso professor.
Contudo, não sei se eu serei a pessoa indicada para o fazer. Acho que a melhor homenagem que se lhe pode prestar é registar os testemunhos de cada uma das pessoas que com ele conviveram e trabalharam.
Convido os meus leitores (e conto contigo, Armindo, para começar...) a deixarem o seu comentário sobre o professor, o amigo, a personalidade de um homem que de uma ou de outra forma marcou a vida de todos os que se dedicaram ao acordeão na segunda metade do século passado.
Refiro-me à amizade que, ao contrário do possa parecer, tem tudo a ver com este "objecto estranho" (obrigado, r.)
Recentemente, o Armindo descobriu este blog. Graças a este espaço tenho reencontrado "velhos" conhecidos que se dedicaram ao estudo do acordeão e o fizeram (ou ainda fazem) com grande competência e rigor.
(O Armindo é um daqueles instrumentistas raros com um talento "bigger than life" mas que deixou de tocar, como outros que já referi aqui).
Num comentário deixou uma sugestão interessante: divulgar a vida e obra de Vitorino Matono.
Concordo contigo, Armindo... É preciso dar a conhecer o extraordinário trabalho do nosso professor.
Contudo, não sei se eu serei a pessoa indicada para o fazer. Acho que a melhor homenagem que se lhe pode prestar é registar os testemunhos de cada uma das pessoas que com ele conviveram e trabalharam.
Convido os meus leitores (e conto contigo, Armindo, para começar...) a deixarem o seu comentário sobre o professor, o amigo, a personalidade de um homem que de uma ou de outra forma marcou a vida de todos os que se dedicaram ao acordeão na segunda metade do século passado.
1 comentário:
Uma vez mais um grande abraço para ti e tudo de bom para o teu trabalho e para a tua vida.
Como disseste é bom reencontar "velhos amigos" e poder falar de temas que nos são queridos e nos invocam boas memórias.
Em primeiro lugar muito obrigado por teres aceite a minha humilde sugestão para falarmos desta pessoa singular que seguramente marcou toda a gente que teve e tem a felicidade de com ele privar.
Para abrir este tema e porque com tanto que há para dizer seguramente escreverei mais coisas que me venham á memória , queria começar por dizer que me considero um previlegiado por conhecer este Homem.
E sobre este Homem só se pode dizer que é um génio , que toda a vida perseguiu um unico objectivo e que desinteressadamente e seguramente com muito prejuizo próprio sempre tentou dar ao acordeão o lugar de destaque que ele achou que de direito merecia.
Sempre fugiu das luzes da ribalta , quando certamente tinha tudo para ser a maior estrela de todas , mas isso só enaltece ainda mais a pessoa que é.
Penso que hoje e por aquilo que tenho visto , o acordeão é um instrumento reconhecido e respeitado , os instrumentistas que escolheram este instrumento e a partir do momento que o curso de acordeão passou a ser oficial tiveram uma oportunidade para seguir a sua vida profissional ligada á musica e a este instrumento e isso é o fruto de toda uma batalha de uma vida do Professor e Maestro Vitorino Matono.
Não me posso esquecer das musicas escritas ao almoço em guardanapos, enquanto mantia uma conversa normal , dos arranjos feitos de um dia quase para o outro e que saíam verdadeiras obras primas , enfim um sem numero de histórias que podem ser contadas noutra ocasião.
Não queria terminar , sem deixar de louvar a ligação que sempre manteve á tradição em todas as músicas que escreveu e escreve , criando um estilo muito próprio.Ex. disso são as fantasias , os corridinhos de concerto , as valsas , os tangos , enfim , um sem número de obras onde apesar do clássico estar presente,não é uma obsessão , criando desta forma musicas com uma sonoridade unica e que cativam toda a gente ( Fantasia cigana, Valsa romântica , Homenagem ao tango, Capricho eslavo ) apenas para citar algumas.
Dos Campeonatos do Mundo que trouxe para Portugal , dos musicos que formou , enfim , estariamos aqui todo o dia.
Hoje entristece-me vêlo um pouco esquecido e numa situação algo complicada , também fruto do problema fisico que tem e da idade avançada , mas continua a manter aquela chama e uma força incrivél , ainda há pouco tempo o meu pai lhe pediu para escrever uma musica que estava no disco que gravei há séculos , porque a partitura perdeu-se e esta era mais uma filha unica como tantas que escreveu e então como estavam a falar ao telefone o Prof. Matono disse ao meu pai para pôr o disco a tocar e pelo auscultador lá escreveu a música , penso que isto define com exactidão o Homem que nós todos conhecemos.
Penso que por tudo isto e pela forma abnegada com sempre se empenhou na formação de todos os que por lá passaram , está agora do nosso lado retribuir-lhe nunca deixando que seja esquecido.
Um grande abraço para todos
Armindo Neves
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